Social Icons

.

Coleção

Quer montar uma adega de respeito? Quais os grandes vinhos que você deve colecionar? ADEGA faz uma lista para lhe ajudar

por Luiz Gastão Bolonhez


Divulgação
Provavelmente poucos sabem, mas o vinho doce não fortificado mais "colecionável" do mundo é branco. Esse branco de cor dourada, um dos mais desejados pela maioria dos enófilos, é elaborado ao sul da cidade de Bordeaux, nas cercanias de um vilarejo chamado Sauternes que produz vinhos doces que levam esse nome. Dentre vários excepcionais Sauternes, um se destaca e é uma verdadeira obra-prima: o ultra-longevo Château d'Yquem, produzido a partir da casta Sémillon. Para comprovar o quão cobiçado é esse vinho, o colecionador Christian Vanneque adquiriu junto a "The Antique Wine Company", em julho de 2011, por 75 mil libras esterlinas uma garrafa de Yquem 1811, que registrou novo recorde mundial com o título de o mais valioso vinho branco de todos os tempos.
De maneira geral, qualquer vinho pode ser colecionável, mas o desafio é quando consumi-lo, ou seja, não adianta colecionar um Sauvignon Blanc da Nova Zelândia para degustá-lo 10 anos depois. Esse tipo de vinho é "construído" para ser apreciado com um, dois ou três anos de vida. Muitos vinhos tintos, e cada vez mais, também são produzidos para consumo mais rápido. Apesar de não ser regra absoluta, vinhos antes feitos para serem apreciados com 10/20 anos, como os Barolo e os Grand Vin de Bordeaux, cada vez chegam mais prontos ao mercado.
Grandes aficionados e colecionadores desejam degustar ou ter em sua adega privada os ícones da vitivinicultura mundial. Sendo assim, o objetivo de ADEGA é explicar quais são os vinhos colecionáveis, ou seja, o que cada um pode ter em sua adega para longa guarda, tanto no quesito tradição e requinte, quanto no quesito raridade e novidade.



 França - Borgonha 

Romanée-Conti é certamente o vinho que deve estar nas melhores adegas


Romanée-Conti
Número um dos tintos colecionáveis no mundo. Sua procura cresce a cada safra. Essa joia da Borgonha está acima de tudo, até de avaliações ruins. Além do 1985, que é unanimidade em termos de procura, as safras mais recentes de 1990, 1996, 1999, 2002, 2004, 2005 e 2009 são excepcionais. Para se ter uma ideia de preço, é difícil, nos Estados Unidos, encontrar uma garrafa dessas safras por menos de US$ 10 mil.
Um vinho que tem uma aura incrível. Já tivemos a oportunidade de visitar a Domaine de la Romanée-Conti (DRC) duas vezes. Seu vinho top, o Romanée-Conti é sempre excelente. Em uma das visitas provamos o 1975, uma safra difícil na Borgonha, mas o vinho é impecável, firme e com muita complexidade. O 1996 é talvez o melhor de todos os provados. Um vinho com estrutura para continuar evoluindo em garrafa por muitas décadas. Vale ressaltar que em 2004 não tivemos um grande ano na Côte de Nuits, mas o Romanée-Conti brilhou sobremaneira. Tanto 2005 quanto 2009 despontam como sombras dos impecáveis 1985, 1990 e 1996.




DRC La Tache, Richebourg e Montrachet
Além do "sagrado" Romanée-Conti, a Domaine de la Romanée-Conti produz outros sete vinhos, sendo três deles, os tintos La Tache e Richebourg, seguidos do branco Montrachet, também colecionáveis.
O La Tache é talvez o mais sensual vinho da DRC e é mais curinga que o Romanée-Conti. A razão para isso é ele ser sempre mais "forward", ou seja, fica mais pronto que o top da casa. O La Tache 1996 é seguramente um dos vinhos mais impressionantes já provados. O 1997, de safra também pouco reluzente na região, é um primor de vinho. Degustado quatro anos atrás, mostrava um perfume extraordinário de frutas vermelhas mescladas com toques de carvalho, formando um buquê delicioso. Dos mais antigos, o 1976 é uma joia. Um tinto que, às cegas, derrotou todos os vinhos da DRC dessa safra.
O Montrachet, um Chardonnay 100%, é o mais imponente e disputado vinho branco seco do mundo, de extrema longevidade, podendo ser envelhecido por 20 anos ou mais. É um vinho que sempre rouba a cena, mesmo com tintos ao seu redor, incluindo o Romanée-Conti. Isso aconteceu na visita do proprietário da casa, Aubert de Villaine, ao Brasil, no lançamento da safra 1998. Todos os tintos dessa safra foram apresentados e, ao final, provamos o DRC Montrachet 1983. Um momento inesquecível, pois foi o vinho mais espetacular da noite. As uvas nesse Grand Cru na safra 1983 tiveram ataque de Botrytis, o que concedeu ao vinho uma característica única. Além do 1983, merecem destaque 1969, 1974, 1990 e, por último, 2000, o que mais perto chegou de 1983.

CULT E GARAGE
Nos últimos anos surgiram dois grandes jargões para incitar ainda mais os colecionadores: os Cult Wines e Garage Wines. Os primeiros são "invenção" dos norte-americanos e referem-se àqueles vinhos que de tão disputados alcançam cifras astronômicas em leilões mundo afora. Já os Garage Wines são aqueles produzidos em quantidades ínfimas em propriedades que, de fato, lembram uma garagem.

Nenhum comentário:

 

Nossa Missão

Info aqui.

Nossa Visão

.

Nossos Valores

.
 
Central do Vinho